Parashá 16
בְּשַׁלַּח B'Shalach - Ex 13:17-17:16
Shemot (Ex)13:17ª
“Quando o faraó enviou ao povo” [Torah Viva]
“Depois de o faraó ter deixado o povo partir” [versão David Stern]
“Ora. Quando o faraó deixou o povo partir [Bíblia de Jerusalém]
A palavra hebraica Shalach significa: enviar, mandar embora, soltar, espalhar, deixar, disseminar (contenda e discórdia), lançar (raízes e ramos)
No estudo anterior, da Parashá Bô, estudamos sobre o endurecimento do coração do faraó que relutou e desobedeceu até a ultima praga, para deixar ir o povo de Yisrael para adorar ao Eterno no deserto.
Ex11:1 Adonai disse a Mosheh: “Trarei mais uma praga sobre o faraó e o Egito, e depois ele permitirá sua saída daqui. Quando ele permitir que saiam, os expulsará completamente.
O juízo final de Elohim Tz’vaot contra o Egito veio com a ultima praga, onde todos os primogênitos do Egito morreram desde o filho do faraó ao filho da escrava. Houve uma grande lamentação! Mais o povo de Yisrael não foi atingido!
Em Ex13:17ª a Torah diz: o faraó deixou, enviou, e nos mostra talvez uma controvérsia, porque nós sabemos e cremos em um Único D’us Todo Poderoso, a somente a Ele damos toda a Gloria e Honra! E porque foi escolhido o nome desta parashá “beshalach” (ele (o faraó) enviou, deixou, permitiu)? Em todo o processo do livro Shemot, D’us, mediante a Sua Torah nos ensina o princípio de autoridade, e ao mesmo tempo a partir da teimosia, soberba, desobediência do faraó, Elohim permitiu a ele (faraó) sentir-se vitorioso, porque os Juízos já haviam sido decretados.
Adonai enviou, usando ao faraó ,Yisrael para o deserto, tirando-os do jugo do Egito, preservando ao Seu povo escolhido, com vista á entrada final á Terra Prometida.
O faraó foi um instrumento nas mãos do nosso D’us Todo Poderoso, para mostrar que Ele é o Único e assim salvar o Seu povo e mostrar a Sua Gloria e ao mesmo tempo derrotar aos deuses do Egito, representados por cada praga que veio sobre os egípcios e a sua nação (a mais poderosa da época), e aos povos ao redor da terra, mostrando para eles, que Ele era, é e será sempre Elohim dos Exércitos.
O tema desta Parashá:
A Salvação do povo de Yisrael e a estratégia e vitória de Adonai, libertando-os da escravidão, retirando-os do Egito.
Ex13:17b ,18 e 20
v.17b O Eterno não os guiou pela estrada principal que atravessa a terra dos p’lishtim,por causa de sua proximidade – O Eterno pensou que ao ver a guerra o povo poderia mudar de idéia e voltar ao Egito.
v.18 Em vez disso O Eterno guiou o povo por uma rota indireta, através do deserto junto ao mar de Suf. O povo de Yisrael subiu com um armamento completo da terra do Egito.
v.20 Eles partiram de Sukkot* e acamparam em Etam á entrada do deserto.
*Sukkot distava 163km ou 176km de Ramsés (Targum Yonatan Lerach Tov). Se considerar-mos que Ramsés é idêntico a Heliópolis, então Sukkot estaria ao lado do Golfo Suez.
Geograficamente a rota mais curta atravessava o território dos Filisteus na direção de Berseba e do Neguebe. Esse caminho seguia ao longo das margens do Mediterrâneo e era uma estrada militar, muito utilizada pelos egípcios. Mais Yisrael estaria trocando um poderoso inimigo por vários inimigos menores. O termo Filisteu nos leva a pensar em todos os adversários que enfrentaram a Yisrael, embora sete nações Cananéia distintas estivessem envolvidas.
A rota que passava pelo mar faria os hebreus passarem por: Gaza, Ashquelom, Asdode, Ecrom que são cidades grandes dos Filisteus. E a distancia á Terra Prometida por esta rota seria apenas 320 kms e poderia ter sido coberta em menos de um mês.
Adonai guiou a Yisrael por um caminho diferente, na direção sudeste, aproximando-se do Sinai, evitando assim qualquer confronto possível com potencias estrangeiras, evitando o desencorajamento dos israelitas, que ao serem tomados de medo, certamente voltariam para o Egito.
O povo de Yisrael e a saída do Egito
O faraó deixa ir ao povo de Yisrael e eles se organiza em grupos (Tribos). E cada grupo com o seu líder, “saem do Egito a caminho da terra prometida em posição de batalha.
Ex 13: 21-22
v.21 Adonai ia à frente deles em uma coluna de nuvem durante o dia, e os guiava no caminho no caminho e à noite, em uma coluna de fogo, para dar-lhes luz;assim eles podiam viajar de dia e noite.
v.22 Nem a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite, saiam da frente do povo.
Não posso deixar de citar dois Salmos: 23 e 91
Sl23:1-3
v.1 Adonai é meu pastor; não preciso de nada.
v.2 Ele me faz deitar em pastagens verdejantes. Leva-me para águas tranqüilas.
v.3 Restaura-me a alma. Ele me guia em caminho retos por causa do Seu Nome (Shem).
Sl91;1-2
v.1 Aquele que habita no abrigo de ‘Elyon, que passa as suas noites á sombra de Shaddai
v.2 que diz Adonai: Meu refúgio, Minha fortaleza. Meu D’us em quem confio.
Certamente que estes dois Salmos devem ser lidos completos. É uma oração de Fé Confiante (Emunah), que nos levanta e nos enche da plenitude do Shalom de Adonai, no meio do deserto.
O Eterno ordena a Moshé a acampar perto do Mar Vermelho ao terceiro dia
Ex14: 1-2
v.1 Adonai disse a Mosheh:
v.2 Fale ao povo de Yisrael que dê a volta e acampe diante de Pi –Hachirot, entre Migdol e o mar, diante de Ba’al Tz’fon;no campo em frente a ele e junto ao mar.
Pi-Hachirot: “Vale da Liberdade”, e literalmente “Foz da Liberdade”
As fontes Talmúdicas, identificam Pi-Hachirot com Pitom (Mekilta*) que se diz estar na área de Tanis. (Targum Yonatan ver.1:1)
*O Mekilta: O mais antigo Midrash conhecida halakhico ou comentário sobre (partes) do livro de Êxodo; formalmente nomeado para Rabi Ismael e, portanto, situado em torno de 100-135CE, foi redigido alguns anos depois de seu tempo, citado muitas vezes no Talmud como Bavli(Babilônico).O Mekilta sugere que eles permaneceram por apenas três noites.
Alguns dizem que Pi-Hachirot era a foz do Suez. Outras fontes indicam que era um vale estreito, onde os israelitas foram completamente encurralados (Mekilta Shechel Tov).
Ou uma praia estreita entre os penhascos e o mar (Josefus2:15:3)
Os Israelitas deixaram o Egito na manhã do dia 15 de Nissan (março-abril), indo de Ramsés á Sukkot. No dia seguinte foram de Sukkot a Etam, no limite do deserto. E no terceiro dia retornaram e acamparam no lugar determinado pelo Eterno.
Elohim Tz’vaot tinha uma estratégia de guerra e vitória que só poderia ser alcançada através da obediência e da Fé Confiante, dentro do principio do “livre arbítrio”.
Adonai disse a Mosheh:
Ex14:3-4
v.3 O faraó dirá que o povo de Yisrael está vagueando sem rumo pela região, que o deserto os cercou por todos os lados.
v.4 Eu (Adonai) endurecerei a tal ponto o coração do faraó que ele os perseguirá; ASSIM DAREI A GLÓRIA A MIM MESMO A CUSTA DO FARAÓ E TODO O SEU EXERCITO. E OS EGIPCIOS SABERÃO, FINALMENTE:
QUE EU SOU ADONAI!
O POVO FEZ O QUE LHE FOI ORDENADO! MAIS NÃO FOI COM KAVANAH! (com o coração, com o entendimento, com a obediência confiante apesar das circunstâncias).
Qual era a situação?
De um lado o faraó com a sua cavalaria e todo o seu exercito com 600 carruagens da melhor qualidade e armados.
O povo de Yisrael foi alcançado. Quando estavam acampados junto ao mar em Pi-Hachirot.
Estratégia Divina e o Seu objetivo principal:
1. Persuadir ao faraó de que os israelitas estavam sem saída no meio do deserto, e permitiu a perseguição.
2. Era necessário derrotar o exercito egípcio, não como vingança pela escravidão de Yisrael e sim pela arrogância dos egípcios representados pelo faraó.
3. Era vital reforçar a auto-estima dos recém-libertados escravos, pois em breve eles deveriam conquistar á Terra Prometida, que no momento estava ocupada por sete povos militarmente poderosos.
Qual foi a atitude do povo de Yisrael?
Ex14:11 -14
v.11 Você nos trouxe para morrermos no deserto porque não havia túmulos suficientes no Egito? Porque você fez isso conosco tirando-nos do Egito?
v.12 Não dissemos a você no Egito para deixar-nos em paz? Permaneceríamos escravos dos egípcios [...] seria melhor para nós continuarmos escravos dos egípcios que morrer no deserto.
v.13 Mosheh respondeu ao povo: Não sejam tão medrosos! Fiquem calmos, e vocês verão como Adonai os salvará. Ele fará isso hoje – hoje vocês viram os egípcios , mas nuança mais os verão outra vez.
v.14 Adonai lutará por vocês. Acalmem-se!
Mosheh teve a atitude de um servo do Altíssimo, o qual foi um contraste com os filhos de Yisrael! Mais sempre existirá um remanescente fiel!
E nós que somos? Um remanescente fiel, um murmurador sem fé diante das situações difíceis, principalmente no deserto?
O povo de Yisrael não estava preparado para a guerra física, e muito menos a espiritual. Eles foram salvos recentemente. Esta era uma nova geração, pois haviam passado muitos anos, e eles certamente (não generalizando) haviam também assimilado a cultura egípcia. Mas sabemos, como foi comentado na parashá Bõ: MAS HAVIA E SEMPRE HAVERÁ UM REMANESCENTE FIEL.
O POVO DE YISRAEL AINDA TRAZIA REMINISCENCIAS DA ESCRAVIDÃO!
1Co10:13
Nenhuma tentação incomum maior do que as pessoas experimentam normalmente, sobreveio a vocês; Adonai não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar.
Não há razão para retroceder dos caminhos de Adonai! As provas pelas quais passamos e/ou passaremos não são totalmente reveladas, quando a nossa atitude é a falta de Fé Confiante, que nos leva á murmuração. Mas! É-nos revelada quando somos fiéis e obedecemos, porque temos a certeza da vitória no meio da tribulação.
Temos aqui dois processos diferentes durante a Salvação do povo de Yisrael, da escravidão do Egito, da escravidão do pecado da assimilação.
O primeiro encontra-se em Ex12:7 e 13
v.7 O sangue do cordeiro espalhado nos dois umbrais da porta e na viga superior á entrada da casa.
v.13 O sangue servirá de sinal para marcar as casas em que vocês se encontram quando vir o sangue, passarei por sobre (Pesach) vocês quando Eu ferir o Egito, o golpe mortal não os ferirá.
O sangue do cordeiro, nas portas, nos umbrais das casas o povo de Yisrael, foi salvífico. E o povo de Yisrael não pereceu durante o Juízo Divino contra os egípcios e a sua nação.
Depois da libertação de Yisrael como escravos do Egito, o sistema de sacrifícios foi estabelecido pelo Eterno no deserto. Quando o Tabernaculo foi criado, foi criado e instituído o sistema sacrificial. E este sistema exigia o derramamento de sangue, que eram aspergidos sobre o altar para fazer a expiação pelo pecado.
Lv17:11
Pois a vida da criatura está no sangue e eu concedi a vocês sobre o altar, para fazerem expiação por si mesmos, pois esse é o sangue que realiza a expiação pela vida
Hb9
v.22 Pois segundo a Torah, quase todas as coisas são purificadas com sangue; de fato sem derramamento de sangue não há perdão de pecados.
v.23 Portanto, essa é a razão pela qual as cópias das coisas celestiais deveriam ser purificadas, mas as próprias coisas celestiais requerem sacrifícios superiores a esses.
v.24 Porque o Messias entrou no Lugar Sagrado, que não foi feito para seres humanos – mera cópia do verdadeiro; ele entrou no próprio céu, para se apresentar agora a nosso favor na presença de Adonai.
O segundo processo de salvação foi cruzar ao Mar Vermelho.
Sobre este processo de passar por entre as águas do mar dividido em dois, poderíamos até mencionar o batismo em água para a purificação dos pecados.
Adonai disse a Mosheh
Ex15b – 16
v.15b Fale ao povo de Yisrael que siga em frente.
v.16 Levante e estenda a mão para o mar e divida-o em dois.
Aconteceu o sobrenatural! De um lado o feroz exército do faraó e do outro lado um mar imenso e profundo com uma faixa de água que estende por cerca de 2.000 km e uma profundidade de 2.900 m.
O povo de Yisrael acurralado! Mas no meio, adiante e atrás estava Elohim que com o sopro do Seu Espírito abriu as águas do mar vermelho e Yisrael cruzou este imenso mar passando no meio da água dividida em dois, cruzando para o outro lado em terra seca. A SALVO! Eles literalmente imergiram na água.
Bereshit 1:2
v.2 vehâ'ârets hâyethâh thohu vâbhohu vechoshekh `al-penêy thehom veruach'elohiym merachepheth `al-penêy hammâyim
“A terra era sem forma e vazia, havia trevas sobre a face da profundeza, e o Espírito de D’us pairou sobre a superfície da água”
1Pe3:18-21
v.18 Porque o próprio Messias morreu pelos pecados, de uma vez por todas, o justo por pessoas injustas, para poder levá-los a D’us. Ele foi morto na carne, mas trazido á vida pelo Espírito;
v.19 e nessa forma ele foi e fez uma proclamação aos espíritos aprisionados,
v.20 aos que foram desobedientes havia muito, nos dias de Noach, quando D’us esperou pacientemente enquanto a arca era construída, na qual poucas pessoas – especificamente oito – foram libertadas por meio da água.
v.21 Isto também prefigura o que nos liberta agora, a água da imersão,que não é a remoção da sujeira do corpo, mas o compromisso da manutenção da boa consciência para com D’us, por meio da ressurreição de Yeshua,o Messias.
Que o Êxodo em nossas vidas mediante Yeshua Há Mashiach seja cheio de Emunah e Santidade.
SHABAT SHALOM
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