Páginas

terça-feira, 11 de outubro de 2011

            SUCOT             “ A Festa dos Tabernáculos”


        Vaicrá (Levitico)23: 33 -36


v.33 E o Eterno falou a Moshé (Moisés), dizendo:

v.34  Fala aos filhos de Yisra’el, dizendo: Aos 15 dias deste 7º mês[Tishrei] será a Festa de Sucot  [Cabanas], por 7 dias, ao Eterno.

v.35 No 1º dia haverá santa convocação;.nenhuma obra servil fareis.

v.36 Sete dias oferecereis ofertas queimadas ao Eterno;no 8º dia haverá santa convocação para vós e oferecereis ofertas queimadas ao Eterno;é dia festivo no qual D’us vos retém (Atserét), nenhuma obra servil fareis.

Na Festa dos Tabernáculos, dos 15 aos 21 de Tishrei (setembro-outubro), o Eterno faz uma Santa Convocação, com dois Mitzvot principais:

1.       Residir na Suká (Cabana, Tendas de Palha ou Sapê) por sete dias. E guardar o 1º e 8º dia, como um feriado sagrado, ou seja, um descanso festivo.
2.       A agitação das quatro espécies: Lulav, os Hadassim, os Aravot e o Etrog


Na Festa de Sucot, chamada "Zeman Simchatenu" - Época da nossa alegria, lemos na Sinagoga, o livro de Kohelet (Eclesiastes) escrito pelo rei Salomão
  A Festa  de Sucot nos convida para um Tempo de Regozijo “Zeman Simchateinu”, ou seja: Rejubilar-se diante de D’us por sete dias.   E é uma ordenança Eterna para todas as gerações.                               

 Este estudo nos fará refletir e entender os propósito da vida e o nosso relacionamento com O Eterno de Yisra’el.
      O caráter transitório da nossa vida e a celebração da Festa dos Tabernaculos (Sucot)

Sucot ou Tabernaculo é uma Festa da Peregrinação, que segundo o Judaísmo, é um dos dias santos principais, que são chamados de Yomim Tovim (“Dias Bons”). E tudo o que é proibido no Shabat é também proibido no Yom Tov.
 Segundo o calendário Bíblico ela é a terceira das Três Festas de Peregrinação à Yerushalayim, que é celebrada cinco dias depois do Yom Kipur. Historicamente, ela celebra o transporte dos frutos da colheita ao Templo de Yerushalayim, e segue o Mitzvá da Torah que se encontra em Vaicrá23: 42-43

 v.42 Nas Cabanas habitareis por sete dias;todo natural de Yisra’el habitará nas Cabanas.
v.43 Para que as vossas gerações saibam que nas cabanas fiz habitar os filhos de Yisra’el, quando os tirei da terra do Egito. Eu Sou O Eterno vosso D’us!


                                                               

Se a palavra chave de Pessach é: êxodo/ liberdade /sair do Egito.  E a de Shavuot é o dom do recebimento da Torah. Sucot é a alegria por causa da Torah. E está caracterizada como a alegria popular que se estende por sete dias e termina num oitavo dia, significativamente chamado de Simchá Torah. “Alegria pela Torah e para Ela”

Sucot é a Festa da Alegria da Colheita, da ultima colheita, sobretudo do vinho e do óleo, celebrada com o rito de Lulav e a libação da água

                                                              

1.      O Rito do Lulav     Vaicrá23:40

v.40  E tomareis para vós, no 1º dia, o fruto da árvore formosa (étrog), palmas de palmeira, ramos de murto e salgueiro de ribeiras, e vos alegrareis diante do Eterno vosso D’us, por sete dias.

    A Cidra, a Palma, o Mirto e o Salgueiro, representam o homem com as suas atitudes diante da Torah:

                                  

    Lulav – é o ramo de uma palmeira. Que tem gosto mais não cheira representando aqueles que têm inteligência mais lhe faltam à bondade. Temos o conhecimento da Torah mais não colocamos em prática. São os teólogos/filósofos. Ele é similar á coluna vertebral que é fundamental para o homem, para aludir que ele deve voltar todo o seu corpo para o serviço a D’us.

  Etrog - uma fruta chamada Cidra. Que tem gosto e cheiro. Ela representa ao homem inteligente e bondoso. Ele tem o conhecimento da Torah e põe em prática. Ele é comparado com o coração que é a residência do intelecto aludindo ao homem que ele deve servir a D’us com Kavanah.


Murta – cheira mais não tem sabor. São os que têm inteligência a fazem as obras sem o conhecimento correto da Torah. As hadassim (Murtas) são similares aos olhos simbolizando que o homem não deve se desviar, indo atrás dos seus olhos no dia da sua alegria.

Arav - ramo de salgueiro, que não tem cheiro e não tem sabor. São os que não têm a inteligência e tampouco a bondade.   Não conhecem a Torah e não praticam. Apenas faz parte de um clube social, que chamamos de “religiosidade”. São como os lábios, com os quais o homem termina todos os atos, aludindo que o homem deve guardar a sua língua e escolher as palavras cuidadosamente e ter um senso de temor a D’us, todo o tempo.

O Lulav e o Etrog representam as diversas categorias de Yisra’el e do gênero humano. Que apesar das diferenças formam uma unidade (ECHAD)

 A agitação das quatro espécies é um ato de reconhecimento do domínio de D’us. Quando agitamos para um lado e para o outro, temos de ter a certeza de que estamos honrando ao Todo Poderoso, a quem pertence estas quatro direções. E de cima para baixo em reconhecimento de que a Ele Bendito Seja! Pertence o céu e a terra.    Alegrando-se diante do Senhor e cantando o Hallel (Sl113-118).

  Na mão esquerda carregamos a fruta da Etrog (cidreira) e na mão direita: carregamos um ramo da palmeira, três ramos de murta e dois ramos de salgueiro.




2.      O Rito da Libação das Águas

Segundo a Mishná: “Quem não viu a alegria de tocar a água (Simchá Bet Hasho’evah), jamais experimentou em sua vida o que seja alegria. SUKOT 5,1

O rito se desenvolvia da seguinte maneira: os sacerdotes carregavam por toda a noite, a água em garrafas douradas, da fonte de Shiloach (Siloé), até o átrio do Templo, acompanhados pelo povo de Yisra’el, em festa, que trazia tochas e lanternas, e dançavam e cantavam recitando os Salmos da peregrinação (124-134) e os levitas tocavam instrumentos musicais. A água era utilizada como libação durante o culto da manhã. Este rito desapareceu com a destruição do Templo, mas ficaram leves traços na Liturgia da Sinagoga, na assim chamada: Tefillah Geshem.

Na Brit Chadashá (Novo Testamento), em Jo7: 37-39, podemos confirmar este ritual.
  
Qual o sentido espiritual desta Festa (Chag) de Sukot?

 Ela afirma a bondade do mundo, razão porque o homem pode usufruir dele, é porque D’us lhe dá este Fundamento. O homem como objeto bom e o mundo como objeto bom! E o Divino como fundamento da bondade de um e do outro. Onde o Mundo é bom e o homem pode habitá-lo como Pátria, porque é o fruto da vontade e da manutenção do Sagrado. Mais o homem é condicionado segundo as suas ações, que ele faz habitualmente assim como todos os seus pensamentos e posturas são moldadas pelas suas ações, sejam boas ou ruins. “É por isto que D’us entregou a Torah, com os Mitzvot, para o seu povo escolhido, para que o seu ‘eu” inato seja constantemente impulsionado para o bem [através das suas ações positivas] buscando as bênçãos ao invés das maldições. A Sucot no convida a sair da nossa posição cômoda de uma “pseuda” proteção (criada por nós) e buscar o Abrigo do Altíssimo diante da adversidade. Sl91

                                                              Nuvens de Glória: Nossos Escudos Protetores

Yisra’el saiu vitorioso em Rosh Hashaná, fazendo a Teshuvá em Yom Kipur, com o arrependimento individual e coletivo. E assim habitar nas Tendas, na Nuvem de Gloria. O Exílio de Sucá é um convite para sair desta cerca de proteção humana e morar sob a proteção Divina, reconhecendo a Sua Soberania.

Devemos internalizar que este mundo é somente um intermediário para o Mundo Vindouro. Não devemos estar absortos demasiadamente em ocupações mundanas. Saindo assim do deserto vitorioso, alcançando um nível espiritual maior e ter o mérito de estar protegido pelas Nuvens de Gloria, tendo a certeza que este mundo é somente um estreito e difícil corredor para alcançar o Mundo Vindouro.
  
Estar na Sucá, é vivermos em simplicidade somos inspirados a ter um propósito espiritual, lutando contra a nossa própria natureza, e nos lembra dos milagres realizados pelo Eterno de Yisra’el em nossas vidas e nos inspira e nos fortalece para o cumprimento desta celebração com Emunah. Que sejamos como o Etrog, com gosto e cheiro, crescendo no entendimento da Torah e colocando em prática constante em nossas vidas o que está sendo ordenado pelo Eterno de Yisra’el na Sua Torah dada no Monte Sinai.
 A Sucá simboliza a necessidade que tem o homem de depender de D’us para a sua necessária provisão de alimento, água e um teto.

A Tenda é o corpo físico, que é uma morada temporária para a nossa alma e espírito. 1Co6:19-20

O Eterno de Yisra’el cobre todas as nossas necessidades físicas si o buscamos espiritualmente.

A Sucá é um símbolo de Paz, de Shalom. Devemos estar atentos ao toque das trombetas e entoar o Hallel

Sl118:25-26

 “Ó Senhor, salva, te pedimos! Ó Senhor, nós te pedimos envia-nos prosperidade. Bendito aquele que vem em nome do Senhor. (Baruch Habá B’shem Adonai)

R. Pinhas ben Iair disse: O Zelo conduz a limpeza, a limpeza conduz a pureza, a pureza conduz à ao auto-controle, o auto-controle conduz à santidade, a santidade conduz à humildade a humildade conduz ao temor do pecado, o temor do pecado conduz à caridade, a caridade conduz ao Espírito Santo.[m. Sot. 9,15.]

 Este é o momento de buscar a nossa Santidade diante do Senhor, de El Shaddai. Ele nos diz: Sed santos porque Eu Sou Santo!  Bendito Seja Ha Shem!

 A Festa dos Tabernáculos tem um significado profético!

Amós9:11 Naquele dia levantarei o Tabernaculo caído de David, repararei as suas brechas, e, levantando-o das suas ruínas, restaurá-lo-ei como fora nos dias da antiguidade.
O que significa viver em Tendas? Viver em Tendas – moradia temporária e espiritual, sob a proteção direta de D’us.
                                     
                                                               
Sucá 11b “Cercados pelas Nuvens de Gloria” ou vivendo em Tendas Genuínas.

 Lugar onde D’us preparou para o povo de Yisra’el todas as suas necessidades e não lhes faltou nada. Residir em Tendas aumenta o nosso senso de reconhecimento da Benção de D’us, de abundancia. Não recebemos esta abundancia com a nossa própria força.   E em Sucot, O Eterno fez Yisra’el viver em Nuvens de Gloria (Tendas). Quando nos reconciliamos com o Eterno em Yom Kipur, passamos a habitar em Tendas, com a Nuvem de Gloria.

A Nuvem era vista como uma Chupá, um dossel matrimonial. Em Dn7:13 -15 está escrito:

    v.13 Continuou a minha visão e percebi que das nuvens do céu, descia alguém semelhante a um homem; ele encaminhou na direção do ancião e foi levado á sua presença
   v.14  Foram-lhe concedidos autoridade,glória e realeza para que todos os povos e nações o servissem.
  v.15  Sua autoridade será perene, jamais desaparecerá, bem como o seu reino, que jamais será destruído.


Jo1:14  O verbo se fez carne e habitou entre nós

A palavra “habitou”, no grego é: Skenesei, que significa “Tabernaculou” entre nós.

O Mashiach Yeshua colocou a sua Tenda no meio do seu povo!

O discípulo de Yeshua, Pedro (Kefa) disse que o seu corpo era um tabernáculo 2Pe1:13-14

O apóstolo Paulo (Rav Shaul) nos disse que nossos corpos eram templos ou tabernáculos do Espírito Santo.  2Co5:1-5

Yeshua é o verdadeiro Tabernáculo de D’us    Hb9:11

Sucot é uma representação do regozijo que experimentaremos no Reino Messiânico de Yeshua Há Mashiach

Quando celebramos a Festa de Sucot (e todas as Festas ordenadas pelo Eterno) estamos, em primeiro lugar obedecendo ao que foi decretado pelo próprio D’us, que seria um mandato para todas as gerações. Mais também estamos orando e celebrando antecipadamente, num ato profético, pela promessa, da volta do nosso Redentor, que virá reinar eternamente em Yerushalayim.

                               

                                       Hag Sameach Sucot



Nenhum comentário:

Postar um comentário